Pelo direito de comunicar
Em palestra realizada na Unifor, Olga Guedes defende o direito da minoria à comunicação
A Constituição portuguesa de 1976 prevê a cessão de espaços midiáticos para instituições representativas da sociedade civil através do chamado “Direito de Antena”. Este assegura o acesso da sociedade aos meios de comunicação sobre a prerrogativa não apenas de ser informada, mas também de informar. No Brasil, este direito é cedido apenas aos partidos políticos, como está previsto no artigo 17, parágrafo terceiro da Constituição Federal, que consta o direito ao uso, gratuitamente, de horários nas TV’s e estações de rádio. Não há permissão, na legislação brasileira, para que outras organizações desfrutem do “Direito de Antena”, o resultado disso é facilmente percebido pela ausência de espaço representativo da voz social.
A professora Olga Guedes, Coordenadora do programa de Pós-graduação “Mídia e Globalização” da Nottinghm Trent University, na Inglaterra, ministrou no dia 16 de agosto, a palestra intitulada “Políticas de Comunicação: mídia alternativa e as minorias”, promovida pela Universidade de Fortaleza aos alunos do Curso de Comunicação Social.
Sem negar o papel das mídias tradicionais, vistas ainda como as únicas provedoras de informações de importância social e capacitadas a influenciar opinião, a palestrante defendeu o direito universal de comunicação das minorias, através da difusão de formas alternativas de expressão, as chamadas mídias alternativas. Segundo a professora esta seria a saída para a democratização da comunicação dos grupos marginalizados da sociedade contemporânea.
Durante toda sua defesa, Olga Guedes enfatizou a necessidade de haver um espaço destinado a voz da minoria, daqueles que não tem acesso gratuito à mídia, encarando esta representação como uma questão política. O objetivo é oferecer suporte as lutas da sociedade civil na esfera política, cedendo lugar para a divulgação de notícias sob as mais diversas perspectivas, promovendo discussões de diversos temas de interesse da sociedade, e ainda trabalhando para a consolidação e ampliação de uma identidade cultural.
Em novembro a professora deverá lançar o livro “Compreendendo as Mídias Alternativas”, onde promete argumentar a respeito do direito de comunicar da sociedade marginalizada.
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